PERGUNTA: - Apometria é magia?
RAMATÍS: - Se verificardes os compêndios disponíveis, que são considerados tratados de magia pelas escolas esotéricas e de ocultismo, podereis verificar que o pressuposto básico de todo trabalho mágico é a força mental utilizada conscientemente para determinados fins, que envolvem a manipulação de energias relacionadas com o Universo manifestado, dos planos astral, físico e etérico. As invocações dos espíritos da natureza, as formas geométricas, como pontos de apoio à concentração mental, a criação de campos de força magnéticos, os cânticos e mantras, as contagens e o estalar de dedos são milenares, e associados aos trabalhos práticos de magia. Sendo assim, afirmamos que apometria é a mais pura magia.
Isso não denota nada de excepcional, misterioso ou fantástico. A magia sempre esteve fundamentada em princípios científicos, da física, da química e da matemática, entre outras ciências. Por ser oculto, não quer dizer que não possa ser conhecido e dominado racionalmente à luz da inteligência e capacidade mental dos cidadãos da atualidade. O desconhecido e os planos suprafísicos se regem por leis harmônicas, como tudo no Cosmo. Gradativamente, os homens vão tendo acesso a esses conhecimentos da magia, e o secreto, o misterioso, vai se tornando de senso comum.
PERGUNTA: - Somos de opinião que as preces iniciais, as contagens de pulsos magnéticos, as formas geométricas verbalizadas e a criação de campos de força, os cânticos e o estalar de dedos, que fazem parte do roteiro de abertura nos grupos de apometria, nada mais são que um ritual, embora sem o apoio em condensadores energéticos materiais. Diante do mentalismo da Nova Era e do racionalismo espírita, esses procedimentos não são dispensáveis? Ainda precisamos de atos ritualísticos?
RAMATÍS: - Sem dúvida. Ficareis surpresos ao saber que no Espaço se utilizam os rituais. A idéia preconcebida de que o mentalismo predomina nos planos sutis não faz com que se dispense os ritos, o método, a ordem, a hierarquia, a disciplina e os procedimentos necessários para se manipular a massa amorfa que é o fluido cósmico universal, que, por sua vez, é a matéria-prima que anima todo o Universo manifestado na forma.
Não basta somente a força mental das potestades angélicas. Existem atividades co-criativas com o Pai que não conseguis compreender em sua totalidade universal. É como se fôssemos eternos aprendizes da magia cósmica, pois as forças com as quais lidamos nas altas esferas vibracionais requerem "treinamentos" cada vez mais refinados. Os princípios por que os maiorais se regem para conferir o aprendizado não diferem da aplicação ritualística no interior dos templos pelos magos iniciadores.
Tendes de rever a vossa opinião de que os elementos materiais são prescindíveis nos rituais, premissa equivocada que cria objeções por incompreensão. O mentalismo não dispensa a ritualística, o que não quer dizer apego excessivo aos cerimoniais, objetos e formalidades dispensáveis. Existem ritualismos mentais que impõem a utilização das formas que animam as dimensões superiores, o que não conseguimos vos descrever completamente por absoluta falta de palavras em vosso acanhado vocabulário atual.
A intenção é fundamental para a mente estar direcionada às energias invocadas e evocadas. A educação mental se apóia em ritos internos, por intermédio dos quais se movimenta a matéria-prima universal que anima tudo e todos no Cosmo. Os seus princípios, imutáveis, requerem ininterrupta dilatação mental para que o mago se conecte com a Unidade que permeia e tangencia o Infinito. Assim, quanto mais ampliada a atuação do espírito, tanto mais se exige dele o cumprimento das regras que mantêm a harmonia do Todo, como um cientista que tem uma seqüência a ser cumprida para misturar as essências químicas; se não for rigidamente seguida, pode explodir o seu laboratório.
Esse exemplo ilustra, na devida proporção, os ditames do ritual divino que ordena a manipulação das energias cósmicas, elaborado pelos maiorais sidéreos, a que todos devem se submeter, inclusive para a criação de mônadas espirituais, algo que absolutamente fugiria a vossa atual capacidade de entendimento.
PERGUNTA: - Observamos que alguns companheiros espíritas apresentam intenso pânico à simples menção da palavra magia. Ficam paralisados, trêmulos e suando frio quando se defrontam com um consulente que se diz objeto de "trabalho feito". Existem perigos mentais ou emocionais no estudo e prática da magia, nos moldes da apometria e da umbanda, que justifiquem tais reações? Ao lidarmos com os elementos e os espíritos da natureza, pode haver desequilíbrios psicoespirituais?
RAMATÍS: - Deveis sempre ter em mente que sois uma individualidade em evolução que ainda não concluiu o processo de individuação espiritual. Em cada encarnação, como escola do espírito retido no ciclo carnal, se impõe a ele a construção de uma personagem para a estada terrena, complexa e "torpedeada" por reminiscências do inconsciente, ressonâncias de vidas passadas que pulsam da mente e se instalam na rede neuronal. Quando iniciais os trabalhos práticos de magia que envolvem mediunismo, seja na apometria ou na umbanda, atraís todos os traumas reprimidos do passado que vão se integrando à consciência. Assim, pode acontecer de alguns neófitos na magia começarem a apresentar sinais de instabilidade psíquica, o que não se deve ao estudo e prática da magia em si, mas às disposições que os assolam do mais íntimo do ser.
Na maioria das vezes, sendo o grupo experiente e conduzido por dirigente perspicaz, acontecem catarses anímicas com certa intensidade, no início do aprendizado. Essas ocorrências levarão os traumas reprimidos a vir naturalmente à tona e integrar-se harmonicamente à consciência ativa na presente encarnação, sendo sábio meio de aprendizado e educação do espírito.
Nos casos em que se observa distúrbio psicopatológico recrudescido e intermitente, o que houve foi que essas disposições internas refreadas foram soltas, mas tais estados de insanidade não se relacionam diretamente com o estudo e prática da magia ou com o exercício da mediunidade.