quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Disturbios Espirituales
"Que a obsessão é moléstia da alma, não há que negar." ( Emmanuel)
Entre os distúrbios espirituais que podem acometer os seres humanos, destacam-se os mais simples, causados por influências espirituais. Frequentemente, são influências próprias de certos ambientes, onde se encontram pessoas que manifestam pensamentos de gressividade que se conflitam com outros semelhantes, atraindo espíritos da mesma natureza, causando às pessoas, que se encontram no mesmo ambiente, sintomas quase sempre de pouco significado como mal-estar, tontura, dores de cabeça, atordoações. São ambientes que apresentam vibrações energéticas negativas, saturadas espiritualmente, que podem causar perturbações pouco intensas, transitórias.
1 - Obsessões
Segundo Allan Kardec, no livro A Gênese, página 304, item 45, 2° parágrafo: "Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um divíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais". São perturbações que incidem sobre as pessoas e, em geral, têm um vínculo de cobrança, por faltas cometidas no passado.
A obsessão é um termo genérico que abrange várias modalidades de perturbações espirituais, que se distribuem em três grupos: obsessão simples, possessão ou subjugação, e fascinação. Não é fácil reconhecer o tipo de obsessão que acomete uma determinada pessoa, dependendo da natureza do Espírito obsessor, e da sensibilidade e preparo do médium.
Como complementa Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, página 274, item 237, a obsessão é um fenômeno que se caracteriza pelo domínio que Espíritos malévolos exercem sobre certas criaturas, sendo sempre os Espíritos de má índole que procuram dominar alguém, pois "os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem retirar-se".
Constituem modalidades de atuação que indicam maior profundidade de envolvimento exercido pelo Espírito obsessor, indicando que o mesmo pode interferir mais intensamente na intimidade da criatura humana, podendo levá-la a praticar ações estranhas ao seu comportamento normal, além de causar danos à sua própria estrutura física. São males que acometem grande número de pessoas, constituindo uma verdadeira pandemia que vai, silenciosamente, prejudicando os seres humanos, em todos os países do mundo.
Para se avaliar a extensão do problema entre os seres humanos, basta lembrar o que escreve André Luiz, sobre a obsessão, no livro Mecanismos da Mediunidade, página 169, 1° parágrafo: "O estudo da obsessão, conjugado à mediunidade, se realizado em maior amplitude, abrangeria o exame de quase toda a humanidade terrestre".
O professor J. Herculano Pires, no livro Obsessão, o Passe, a Doutrinação, escreve à página l, 2° parágrafo, que "as causas da obsessão decorrem de vários fatores, dos quais os mais frequentes são: problemas reencarnatórios, tendências viciosas, egoísmo excessivo, ambições desmedidas, aversão a certas pessoas, ódio, sentimentos de vingança, futilidade, vaidade exagerada, apego ao dinheiro e assim por diante. Essas disposições da criatura atraem Espíritos afins que a envolvem e são aceitos por ela como companheiros invisíveis. Os Espíritos obsessores não são os únicos culpados da obsessão. Geralmente o maior culpado é a vítima".
Allan Kardec, discorrendo sobre a obsessão, no livro A Gênese, página 305, item 46, diz que a mesma "decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um espírito mau". O que vale dizer que essas influências são inerentes ao estado de imperfeição moral em que os seres humanos ainda se encontram.
E, para livrar-se das influências malévolas de entidades espirituais, devem fortalecer os recursos da alma, valendo-se da prece, da fé, do amor e dos pensamentos positivos, pautados na prática de boas ações. Essas mesmas imperfeições morais são responsáveis por inúmeros males que acometem os seres humanos, como explica André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, página 170, 2° parágarafo, ao afirmar "que na retarguarda dos desequilíbrios mentais, sejam na ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e a paranóia, as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem as perturbações da individualidade, transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral.
Enquanto lhe mantém a internação no instrumento físico transitório, até certo ponto ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resulados das paixões e abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica. Todas as pessoas que apresentam distúrbios relacionados à atuação espiritual são, na verdade médiuns que desconhecem sua sensibilidade, sensíveis despreparados, ou médiuns não devidamente treinados, que apresentam males relacionados ao seu estado de invigilância moral. São criaturas que ainda não conseguiram vivênciar os ensinamentos do segundo mandamento da Lei de Deus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". (Mt 22,39).
E André Luiz explica, ainda, no livro Missionários da Luz, página 297, 4° parágrafo, que todos os seres humanos e espirituais são médiuns, dizendo: "Médiuns, meu amigo, inclusive nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de sermos intermediários do bem que procede de mais alto, quando nos elevamos, ou portadores do mal, colhido nas zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio. O obsediado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano. Por isto mesmo, constitui, em todas as circunstâncias, um caso especial, exigindo muita atenção, prudência e carinho".
A mediunidade, que está presente nos fenômenos obsessivos, não deve constituir um entrave à saúde do corpo, mas uma faculdade primorosa, através da qual o ser humano pode comunicar-se com o plano espiritual, e receber influências benéficas para si mesmo e para os seus semelhantes, aprimorando-se espiritualmente. Na prática, inúmeras pessoas não aceitam a mediunidade, ou desconhecem a sua importância na vida humana, e não têm condições de desenvolver esse potencial maravilhoso que foi outorgado aos seres humanos desde o início dos tempos.
Em decorrência desse fato, são importunados por perturbações espirituais, responsáveis por sofrimentos que acometem inicialmente a área psíquica, e podem manifestar-se por insatisfação, ansiedade, angústia, temores inexplicáveis que podem chegar ao desespero, à depressão, ao pânico. Outras vezes são males que se manifestam predominantemente por distúrbios psicossomáticos, como síndromes gastro-hepáticos, intestinais, cardiovasculares, gênito-urinários, epileptiformes, dores que se deslocam de um lugar para outro e cujos exames especializados são repetidamente normais.
São males que muitas vezes regridem temporariamente, com a utilização de medicamentos ou com a prática de recursos espirituais indicados para a área específica do sofrimento, mas logo reincidem, levando o doente a procurar diferentes profissionaisde saúde, na esperança de encontrar algum tratamento que possa aliviar o seu sofrimento. E, muitas vezes, encontram lenitivo no uso de drogas, do cigarro, de bebidas alcoólicas, ou apela para o uso continuado de medicamentos psicotrópicos.
Do mesmo modo, essas manifestações psicossomáticas de causa espiritual, podem ser canalizadas para a área do aparelho digestivo, pela liberação do reflexo oral do desenvolvimento psicológico emocional da criança, que se manifesta pelo prazer de levar cousas à boca, e que pode apresentar-se em qualquer época da vida pelo prazer de fumar, de tomar café, bebidas alcoólicas, comer. E muitas vezes fazem com que certas pessoas sejam induzidas à superalimentação e se tornam duplamente infelizes , apresentando-se sempre com fome e necessitando de regime a vida inteira.
Outras pessoas encontram alívio para sua ansiedade, numa reação contrária, na inapetência, podendo chegar à morte pela rejeição de alimentos. As perturbações espirituais estão diretamente relacionadas à mediunidade, consciente ou inconsciente de cada um, à natureza do Espírito atuante, benéfica ou prejudicial, e ao grau de relacionamento que possa existir entre o mesmo e a criatura humana, decorrente de alguma animosidade que possa ter havido em vida.
Além desses fatores, é muito importante o estado das vibrações mentais de cada um. Quando os seres humanos têm os pensamentos imantados por vibrações negativas, como as de inveja, ciúme, ódio, agressividade, maledicência, atraem espíritos que se encontram em idêntica sintonia vibratória, predispondo-se às obsessões. Diante da possibilidade dessa ocorrência, é oportuno lembrar a importância dos pensamentos retos, que devem adornar a mente das criaturas de boa vontade, pensamentos que podem sintonizar-se com as forças criadoras do bem, proporcionando condições de vida saudável e feliz.
Nos pródromos de inúmeros distúrbios da alma, encontram-se as obsessões, como ensina Manoel P. de Miranda, espírito, no livro Nas Fronteiras da Loucura, página 75, 5° parágrafo: "Invariavelmente, defrontamos nas panorâmicas da toxicomania, da sexolatria, dos vícios em geral, a sutil presença de obsessões, como causa remota ou como efeito do comportamento que o homem se permite, sintonizando com mentes irresponsáveis e enfermas desembaraçadas do corpo".
Essa mensagem do autor espiritual põe em evidência a condição do ser humano envolver-se em pensamentos negativos, despendendo grande parte do seu tempo na contemplação do mal, em críticas destrutivas, em observações malévolas, podendo entrar em sintonia com mentes enfermiças de seres encarnados e desencarnados, com os quais se envolvem em processos obsessivos que levam ao sofrimento moral, à angústia, aos temores, à depressão e a diferentes estados de sofrimentos físicos.
As pessoas vítimas da obsessão são, até certo ponto responsáveis pelo seu próprio sofrimento, visto que seus pensamentos estão sujeitos a leis próprias, segundo as quais os pensamentos de idêntica sintonia vibratória se atraem e os de sintonias diferentes se afastam. Compreende-se, dessa maneira, que as pessoas que se envolvem em pensamentos edificantes estão sujeitas à influência de outras pessoas entidades espirituais que apresentam idêntica vibrações mentais.
Falando sobre a comunicação entre os humanos e espirituais, Allan Kardec explica em Evangelho Segundo o Espiritismo, páginas 316-7, que a comunicação realiza-se pelo pensamento através do fluido universal que ocupa o espaço, tal qual nos achamos dentro da atmosfera. "Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações estabelecem à distância entre encarnados".
O fluido universal que interpenetra todo o espaço que podemos conceber é, pois, o veículo do pensamento, como o ar é do som, com a diferença que as vibrações do som, no ar, se propagam com a velocidade de 340 metros por segundo, e estão circunscritas a um espaço limitado, ao passo que as vibrações do pensamento, no fluido cósmico Universal, chegam ao infinito praticamente num instante.
As vibrações do pensamento são impulsionadas pela vontade, possibilitando a comunicação dos seres humanos com os Espíritos, e vice-versa, qualquer que seja o lugar em que se encontrem. Um pensamento me enche de esperança. Já que a comunicação existe, almejo que, num futuro não muito distante, os seres humanos possam desenvolver a capacidade de comunicação de pensamentos retos, com outros seres humanos e com os Espíritos, reconhecendo que esse dom pode ser adquirido mediante um treinamento, dispensando algum tempo diariamente para esse fim, dependendo, naturalmente, do esforço, da disposição e do merecimento das pessoas, de poderem dispor desse recurso admirável de comunicação para suas realizações pessoais, e para impulsionar o progresso da humanidade.
Na prática, o pensamento pode atuar como uma faca de dois gumes. Se, de um lado, pode ser benéfico quando impregnado de vibrações de amor, de paz, de harmonia, de otimismo, de saúde e de coragem, pode, de outro lado, ser prejudicial, quando acompanhado de vibrações negativas, de ódio, de inveja, de maledicência, de ciúme ou de desejo de destruição. Inúmeros males são, assim, causados aos seres humanos, por pessoas que utilizam a maior parte dos seus pensamentos impregnados de emoções negativas, prejudiciais a si mesmas e aos seus semelhantes.
Em relação aos agravos que podem ser perpetrados aos seres humanos pelos Espíritos que nos rodeiam, atraídos por pensamentos afins, lembramos as palavras de Allan Kardec, no livro A Gênese, página 304, item 45, quando afirma: "Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral dos seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter".
A ação do Espírito sobre uma pessoa pode ser direta quando incide sobre a mesma, ou indireta quando atua sobre uma pessoa para atingir outra, que por alguma razão não pode ser atingida diretamente. Caberia indagar qual o mecanismo de atuação do Espírito sobre o ser humano nos casos de obsessão. E Allan Kardec explica no livro A Gênese 306, item 47, que "Na obsessão, o Espírito exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como que teia e constrangido a proceder contra a sua vontade".
E falando sobre as causas remotas que antecedem a obsessão, Allan Kardec explica no livro A Gênese, página 305, item 46, 2° parágrafo: "Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsediado manteve com o obsessor em precedente existência". A obsessão simples pode caracterizar-se por influência moral acompanhada de perturbações físicas e psíquicas, como mal-estar, dores generalizadas ou dores que se deslocam de um lugar para outro, de pouca intensidade, tontura, insatisfação, náuseas, desorientação espacial.
No entanto, qualquer que seja a intensidade de atuação, a obsessão constitui um problema sério para os seres humanos, como diz Joanna de Ângelis, no livro Plenitude, página 103, parágrafo 3°: "A obsessão é doença grave, mesmo quando se apresenta em quadro simples, em forma de inspiração depressiva ou de morbo que afeta a saúde física. Isso porque impõe a transformação moral do paciente e a mudança de atitude emocional do agente que a desencadeia, consciente ou não".
A obsessão é sempre um relacionamento entre duas criaturas, numa associação pouco enobrecedora para o Espírito atuante, e marcada pelo sofrimento da alma que passa por um impacto emocional e está sendo, de qualquer modo, prejudicada. Os sintomas desencadeados pelas obsessões abrangem o corpo físico, a mente e a alma. Muitas vezes, a influência espiritual causa um impacto muito intenso na pessoa, numa situação em que suas defesas anímicas podem estar diminuídas ou ausentes, causando sintomas físicos ou psíquicos graves, incontroláveis.
Para que se instale o processo obsessivo é necessário que haja o fator pessoal de cada um pela identificação de suas vibrações mentais com as do agente espiritual atuante, bem como a influência do fator ambiental, onde predomina a inveja, o ódio, a desamornia e a agressividade, tanto nos lares como nos ambientes de trabalho, que podem facilitar a instalação de processos obsessivos. Além desses fatores, é importante considerar os que são inerentes aos Espíritos, Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, página 180, item 245, destaca duas situações relacionadas aos Espíritos, responsáveis pelo desencadeamento do processo obsessivo.
Na primeira, lembra que "Às vezes, é a prática de uma vingança contra pessoa que o magoou na sua vida ou numa existência anterior".
Numa segunda situação, lembra que frequentemente é apenas o desejo de fazer o mal, pois, como sofre, deseja fazer os outros sofrerem, sentindo uma espécie de prazer em atormentá-los e humilhá-los. E há também os "Espíritos que lhes agem às vezes pelo ódio que lhes desperta a inveja do bem, e é por isso que lançam a sua maldade sobre as criaturas honestas".
Verifica-se que as criaturas encarnadas e desencarnadas se identificam pelo mesmo estado de evolução espiritual e, como existem malfeitores entre os seres humanos, outros existem entre os seres espirituais. São seres que ainda apresentam imperfeições morais e se comprazem em praticar o mal a certas pessoas, pelo simples prazer de fazê-las sofrer, atuando motivados por inveja, ódio, ciúme, ou por não ter conseguido idênticas posições na vida.
A possessão ou subjugação é um processo obsessivo que apresenta características diferentes da obsessão simples. É um fenômeno que se caracteriza pela sua maneira de atuação, e pela peculiaridade de sua manifestação. Quanto à maneira de sua atuação, Allan Kardec explica no livro A Gênese, página 306, item 47, que "Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte.
A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção". As possessões são responsáveis por um grande número de casos de obsessões que atormentam os seres humanos, causando desarmonias psíquicas e consideráveis distúrbios orgânicos.
Apresentam sintomas próprios das obsessões, que afetam tanto a área física como a psíquica do organismo, e se caracterizam por serem temporários e intermitentes. Na fascinação, o Espírito atuante exerce uma forte influência sobre o Espírito da pessoa que é levada a manifestar-se, tanto através da palavra como da escrita, como se fosse detentora de elevados conhecimentos, exibindo comportamentos diferentes, como se fossem seus.
Como explica Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, página 275, item 239, a fascinação é "uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações". O médium fascinado se considera um iluminado no pleno gozo de suas percepções intelectuais, e não avalia os absurdos que pode cometer através de suas palavras verbais ou escritas.
Constitui uma modalidade de obsessão que pode ocorrer mesmo entre pessoas de elevado grau de instrução e de conhecimentos. O Espírito atuante exerce um forte domínio sobre o Espírito encarnado, levando-o a pensar, falar, escrever cousas absurdas como se fossem verdadeiras, podendo levá-lo a praticar ações muitas vezes perigosas. Nos meios religiosos, podem encontrar-se pessoas fanáticas que se comportam, por fascinação, emitindo pareceres doutrinários, proféticos, ou de suposta sabedoria, sem perceber que podem tornar-se muitas vezes ridículas.
2 - Conduta Diante da Obsessão
As pessoas que apresentam essa modalidade de distúrbio são doentes que necessitam de tratamento médico tradicional e de tratamento espiritual, paralelamente. Considerando que a causa de seu mal é de natureza espiritual, mas que pode comprometer as diferentes estruturas orgânicas e o próprio comportamento do ser humano, compreende-se que o seu tratamento deva ser associado, simultaneamente.
O Espiritismo possui recursos excelentes, tanto para a profilaxia como para o tratamento das doenças da alma. Desenvolvendo uma metodologia baseada na Educação Espiritual, destaca-se o procedimento terapêutico baseado, fundamentalmente, na prece, no passe magnético, na utilização da água fluidificada, na desobsessão e na vivência de comportamentos baseados na luz do Evangelho, como o amor fraterno, a prática de boas ações, a conduta reta, a vivência de pensamentos positivos, a fé em Deus e a confiança na cura, ações que podem afastar a atuação de entidades malévolas.
Muitas pessoas pensam que o tratamento espiritual pode realizar-se rapidamente, quando, na verdade, é demorado e requer a transformação íntima da pessoa que, em geral, está acompanhada pelo seu obsessor, e o mesmo necessita igualmente de assistência espiritual, frequentando as atividades da instituição, recebendo os ensinamentos necessários, baseados no Evangelho.
Especificamente, é feita a desobsessão, que tem a finalidade educativa, tanto do doente como do espírito atuante, através do esclarecimento de ambos, considerando o obsessor não como um demônio entregue a exorcismos, mas como um irmão que necessita de amor e esclarecimentos sobre o significado da vida.
Considerando que a finalidade da Educação Espiritual é proporcionar ao ser humano a oportunidade para sua evolução anímica através dos tempos, objetivando alcançar a harmonia do amor que deve vincular todas as criaturas, compreende-se a importância do tratamento espiritual que deve ser realizado nos processos de desobsessão.
Joanna de Ângelis, discorrendo sobre a importância do amor como recurso terapêutico dos mais úteis para o tratamento da obsessão, no livro Plenitude, página 105, último parágrafo, diz que "Dissolver os grilhões do mal com as energias poderosas do amor, eis no que consiste a terapia desobsessiva, que libera o ser do sofrimento que a sua incúria gerou, favorecendo-o com a saúde integral, resultado de uma mente em harmonia com a vida, uma organização física em equilíbrio e a emoção como a razão dirigidas para o bem, para o progresso, para a felicidade".
Para o tratamento da obsessão, a terapia do amor deve estar centrada no dualismo do fenômeno, em que ao lado da criatura que está sofrendo existe outra que a está molestando. Ambas devem ser atendidas com consideração e amor, por se encontrarem em pontos diferentes de sua evolução espiritual, num mundo em que somos todos pedintes, e, mais cedo ou mais tarde, deveremos encontrar o caminho da fraternidade.
A criatura atuante no processo obsessivo deve ter disposição para reconciliar-se com a criatura que está sofrendo a obsessão, e terá a oportunidade de conhecer a alegria de sua iluminação interior. E a criatura obsediada deverá encontrar forças para orar pelo seu obsessor e pedir perdão a Deus por suas possíveis faltas cometidas, rogando piedade ao Salvador do Mundo pela sua libertação das teias que a prendem à dor e ao sofrimento.
Dr. Roberto Brólio
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