Sempre o amor
A palavra amor nos dias de hoje, possui uma vasta aplicação teórica, que a vulgariza e a torna desgastada, de difícil caracterização frente a sinceridade de quem a usa. Amar significa doar-se. Doar do que tem e sobretudo de si mesmo. Aprendeu a amar aquele que freqüentou e foi aprovado na escola da renúncia, da paciência e do perdão. Hoje, os que dizem amar, pretendem possuir, impor diretrizes, cercear ideais. Temos o que retemos e retemos aquilo a que franqueamos liberdade. Amar ao próximo constitui tal raridade nos dias de atuais, que quando surge alguém mais fraterno, logo é rotulado de puxa-saco, ou colocado entre aqueles que buscam vantagens pessoais pela bajulação. Dias há, onde encontramos dificuldade em amar até aos amigos, imaginem, os inimigos, como aconselha o evangelho. O amor doação é conquista rara de raros Espíritos, que renunciam a si próprios e seguem limpando chagas e enxugando lágrimas pelo vale dos aflitos. Quem
diz amar e ausenta-se da disciplina, não ama. Quem se diz amoroso e não se faz de enfermeiro, não ama. Ama, aquele que reconhecendo-se frágil, se faz forte para amparar a enfermidade. É comum ouvir-se jovens em confidências, dizerem: eu te amo. No entanto, não resistem ao teste da convivência um mês. O exemplo maior dessa virtude é Jesus. Se Kardec foi o bom senso encarnado, Jesus foi o amor encarnado, clarificando com a sua luz gloriosa nossas trevas espirituais. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” Eis a receita para a felicidade neste mundo. Quase dois mil anos passados e o homem ainda não conseguiu adaptar-se a este mandamento, preferindo o armai-vos uns aos outros. Quando nos amaremos? Talvez a dor seja a única mestra a saber de tais perspectivas. Em um desdobramento para resgate, ocorrido em reunião de desobsessão, a médium se deslocou com a ajuda de dois irmãos desencarnados a uma região pantanosa e escura. Eis o seu relato: ... A região é muito escura, e os Espíritos colocaram uma tocha em uma árvore ressequida. Nessa árvore não há nenhuma folha. Um dos irmãos me dá uma espécie de cajado, e me manda entrar na lama com ele. Explica que esse resgate depende muito de mim, mais do que dele próprio. Começo a movimentar o cajado na lama, como a procurar algo que eu nem sei o que é. ... O cajado está preso, como se alguém o segurasse. Ele me diz: puxe! Meu Deus! É um Espírito! Ele estava sob a lama. Seu aspecto é horrível! Sinto como se algo me prendesse a esse irmão. Nós o levamos para a margem. Os irmãos vão encosta-lo em mim. É como se eu tivesse que doar oxigênio para uma pessoa que precisa desesperadamente respirar. Terminado o atendimento a médium perguntou por que dependia tanto dela aquele resgate. Foi esclarecido que em vidas passadas, ela usara aquele Espírito a seu serviço, ocasião em que o levou a cometer vários deslizes, enlameando-se nos vícios. Ela, através de reencarnações dolorosas e conscientização centralizada no esforço de subida, conseguiu sair daquele lamaçal. Ele continuava caído e sem forças. O sucesso do resgate dependia dela, do seu grão de amor já conquistado. Se esse grão não tivesse embotado, o bastão encontraria o seu antigo servo, que seria atraído pelas vibrações que dela emanariam, efetuando-se o resgate. Não quis entrar em detalhes. A médium estava chorando. A emoção costuma fazer ponto final, quando nenhuma palavra consegue expressara a realidade, muitas vezes indecifrável, de um coração que ama.
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